Fígado

Abscesso Hepático

O que é

É uma infecção no interior do fígado, sendo a causa mais comum uma bactéria.

Causa

As causas mais comuns são colangite devido à obstrução das vias biliares por cálculos ou tumores, ou após manipulação das vias biliares por procedimentos como colangiografia transparietohepática ou colangiografia endoscópica retrógrada.

Outras causas podem ser infecção por verminoses (Ascaris lumbricoides e Clonorchis senesis), Salmonella, tuberculose, amebiano, hidatidose, tumores malignos, pileflebite por uma infecção abdominal (diverticulite, pancreatite, doença inflamatória intestinal, apendicite), dentre outras. Porém, de 20 a 60% dos casos não se identifica uma causa para o abscesso hepático.

Fatores de Risco

Procedimentos que manipulam o interior das vias biliares.

Incidência

É mais comum em pacientes acima de 40 e 60 anos. Afeta igualmente homens e mulheres. Metade dos pacientes possuem um abscesso único, e a localização mais comum é no lobo direito do fígado em 75% dos casos.

Sintomas

Os pacientes se apresentam com dor ou desconforto abdominal, associado a febre, calafrios, fraqueza. É muito comum o paciente apresentar os sintomas por algumas semanas antes de se fazer o diagnóstico. Icterícia é comum em casos que a causa do abscesso foi a obstrução da via biliar. Caso contrário, é um sintoma mais tardio.

Diagnóstico

O diagnóstico na maioria das vezes é feito através da história clínica e de uma ecografia

Exames de Sangue: É comum ser evidenciado leucocitose, anemia, aumento de provas de resposta inflamatória como VHS e proteína C reativa, alterações dos exames de função hepática, especialmente da fosfatase alcalina.

Ecografia: É o exame mais realizado no diagnóstico. Demonstra uma área hipoecóica (mais branco que o restante do fígado), arredondado, com líquido, debris ou ar no interior. Pode demonstrar sinais de obstrução de vias biliares.

Tomografia e ou Ressonância: São indicadas quando existe alguma dúvida diagnóstica para confirmar o abscesso, ou para avaliar possíveis causas abdominais do abscesso, como diverticulite. Pode demonstrar sinais de obstrução de vias biliares. O seu médico irá determinar se há necessidade de solicitar um destes exames.

Complicações

A mortalidade sem tratamento pode chegar a 100%.

Tratamento

A maioria dos abscessos são causados por mais de uma bactéria concomitante. As bactérias mais frequentes são a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Streptococcus viridans e o Enterococcus faecalis. Também podem ser encontrados anaeróbios, como o Batcteroides spp, Fusobacterium spp, Actinomyces spp, entre outras bactérias. Assim, é necessário utilização de antibióticos, e em muitos casos, a drenagem concomitante do mesmo.

A drenagem na maioria das vezes é feita de forma percutânea, guiado por ecografia ou tomografia, ou seja, através da colocação de um dreno pela pele, chegando até o local do abscesso no fígado. Pode ser aspirado o abscesso e enviado material para cultura, como pode ser deixado um dreno no local, para manter a drenagem.

Em abscessos pequenos, o tratamento somente com antibióticos podes ser suficiente. Atualmente, raramente se indica cirurgia. Pode ser indicado cirurgia em casos de outros abscessos no interior do abdômen, quando a drenagem percutânea não é efetiva, ou quando houve ruptura do abscesso para o interior da cavidade abdominal. Na maioria dos casos os antibióticos são mantidos por um longo período de tempo, de 4 a 6 semanas.

Prognóstico

O tratamento associado de antibióticos com drenagem é efetivo em até 90% dos casos. A mortalidade pode chegar até 10% dos casos.

Como evitar

Não existem recomendações para evitar o aparecimento de abscesso hepático. O importante é o diagnóstico precoce.

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