É uma infecção pelo vírus da hepatite A.
É uma infecção viral.
A transmissão principalmente da forma fecal-oral, através das fezes de pessoas infectadas. Ou seja, fezes com o vírus contaminam água ou alimentos, que são ingeridos por outras pessoas. Quem já teve hepatite A, não transmite a doença e não volta a ter a doença. O contato com pessoas com a hepatite A, no momento da infecção, pode transmitir a doença, principalmente em crianças. A transmissão também pode ser através de compartilhamento de injeções em usuários de drogas, e relações sexuais entre homens. Mães não transmitem pra o feto.
A incidência de hepatite A tem diminuído devido às melhores condições sanitárias (água e esgoto), higiênicas, educacionais e socioeconômicas. Aproximadamente 30 a 40% dos americanos tiveram contato com hepatite A, e no Brasil, aproximadamente 75%. No Brasil, mais de 57% dos casos ocorre entre crianças com menos de 10 anos. Nos Estados Unidos, a incidência é de 0,4 pessoas para cada 100.000 habitantes.
Os sintomas podem ser bem variados. Podem apresentar fraqueza, cansaço, febre baixa, anorexia, náuseas, vômitos, dores musculares, de cabeça e nas articulações, durando de poucos dias até uma semana. Na segunda semana podem apresentar icterícia e coceira pelo corpo, associado à urina escura. Crianças podem apresentar sintomas como uma gripe, com febre, diarreia, e muitas vezes nem se sabe que ela adquiriu o vírus da hepatite. Os sintomas em pacientes mais idosos são mais pronunciados. Raramente o paciente fica ictérico por mais tempo, podendo a chegar de 2 a 8 meses. Esta situação é chamada de hepatite A colestática. Em raras situações a infecção pode levar a uma hepatite fulminante com falência do fígado.
O diagnóstico é realizado através de exames de sangue.
Exames de Sangue: Alterações de exames da função do fígado como o TGO e o TGP são encontradas, e podem variar de 400 a até 5.000 U/ml na fase aguda. Geralmente a TGP é pouco mais elevada. A bilirrubina também pode se elevar em graus variados, com predomínio da bilirrubina direta, mas geralmente inferiores a 10 mg/dl. Quando a bilirrubina está acima de 10 mg/dl, a suspeita de complicações deve ser redobrada, como hepatite A colestática e insuficiência hepática. A fosfatase alcalina geralmente está pouco elevada ou normal. Os níveis de TGO e TGO melhoram antes do que o da bilirrubina, que na grande maioria volta ao normal em três meses.
Sorologia: O diagnóstico é confirmado através de um exame, o anti-HVA (anticorpo contra o vírus da hepatite A). Existem dois subtipos deste exame, o IgM anti-HVA (infecção aguda; positivo até 3-6 meses da infecção) e o IgG anti-HVA (que indica que já teve contato um dia com o vírus).
Ecografia: Não faz o diagnóstico da hepatite A. É utilizada para descartar a presença de outras doenças.
Tomografia e ou Ressonância: Não ajuda no diagnóstico da hepatite A. É utilizada para descartar a presença de outras doenças. O seu médico irá determinar se há necessidade de solicitar um destes exames.
Raramente causa complicações. A hepatite A colestática caracteriza-se por elevação dos níveis de bilirrubina acima de 10 mg/dl por longo tempo, podendo ser por meses. A complicação mais grave é a insuficiência hepática fulminante, em menos de 0,5% dos casos. Complicações são mais frequentes em adultos, maiores de 40 anos, ou em pacientes com outras doenças pré-existentes. A hepatite A não causa a cirrose.
O próprio organismo combate a doença sendo o tratamento realizado de acordo com os sintomas. Não há necessidade de restrição de dieta. Recomenda-se hidratação, boa alimentação, evitar consumo de álcool, e evitar medicações não essenciais. Atividade física leve não é contraindicada. Não há necessidade de ficar em repouso na cama, a não ser que a fadiga e fraqueza estejam muito acentuadas. Pessoas que vivam na mesma casa que o paciente infectado ou que estejam em más condições de saúde podem receber uma vacina, imunoglobulina policlonal para protegê-los contra a infecção.
Em casos de hepatite A colestática, têm sido usado algumas medicações, como corticoides e ácido ursodeoxicólico. Na insuficiência hepática fulminante, não há um tratamento específico, podendo até mesmo necessitar de um transplante hepático, o que é muito raro. Na presença de sinais de complicação, o paciente deve ser encaminhado a um serviço especializado.
Aproximadamente 85% dos pacientes têm melhora clínica e laboratorial em três meses, e quase todos em 6 meses. Quem teve hepatite A, adquire imunidade para o resto da vida contra o vírus da hepatite A, assim, não acontece uma nova reinfecção. Insuficiência hepática raramente acontece, e nestes casos, geralmente são em adultos ou idosos. Não causa cirrose.
O período de incubação do vírus pode ser de 15 a 50 dias. Aproximadamente após duas semanas, e muitas vezes antes dos sintomas, os vírus são eliminados junto com as fezes, podendo infectar outras pessoas. Ao viajar para países em desenvolvimento, devem-se ter os cuidados higiênicos ao ingerir alimento, lavar as mãos, e consumir somente água tratada. A melhora das condições sanitária (água e esgoto) e socioeconômicas reduz a transmissão. Vacinação de maiores de um (1) ano, em duas doses, com 6 meses entre elas é disponível.