Fígado

Cisto Simples

O que é

Os cistos hepáticos são pequenas “bolhas” cheias de líquido, que surgem no fígado. Não há comunicação com o sistema biliar. Os cistos simples são benignos.

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Causa

O porquê da formação de um cisto não está determinado.

Fatores de Risco

O cisto simples, não existe risco de virar um câncer. O diagnóstico tem de ser preciso. O risco é assumir que é um cisto simples, e na verdade ser outro tipo de lesão.

Incidência

É uma lesão benigna frequente no fígado. Em autopsias é possível constatar que aproximadamente até 5% da população. Incidência em exames de imagem chega a 3%. A maioria é pequeno, mas pode variar de milímetros até 20-30 cm. São mais frequentes em mulheres (1,5:1,0) e no lado direito do fígado.

Sintomas

A grande maioria dos pacientes não possui sintomas, e o diagnóstico é realizado de forma incidental. A minoria, com cistos grandes, possui desconforto, náuseas e dor abdominal, porém é difícil caracterizar se os sintomas são devido ao cisto ou não.

Em pacientes sintomáticos ou com cistos complicados, a incidência é nove vezes maior em mulheres do que em homens. Cistos maiores do que 4,0 cm, podem apresentar complicações como sangramento, ruptura, torção, infecção e compressão de estruturas adjacentes ou das vias biliares. Podem apresentar um pequeno aumento ou diminuição do tamanho ao longo dos anos.

Diagnóstico

O diagnóstico na maioria das vezes é feito através de exames de rotina, como uma ecografia. A grande maioria possui menos do que 5 cm, mas casos de até 30 cm já foram relatados. Importante diferenciar de cistoadenoma, cistoadenocarcinoma, abscesso hepático, metástases com degeneração cística e de cistos hidáticos, porém nem sempre é fácil.

Exames de Sangue: Alteração de exames da função do fígado raramente é encontrados. Caso haja alguma alteração, é necessário verificar outras causas para as alterações laboratoriais. Os marcadores tumorais como a alfa-fetoproteína ou o CA19-9 estão inalterados.

Ecografia: Ao ultrassom aparece como um nódulo hipoecóico (mais escuro que o restante do fígado), bem delimitado, arredondado, uniloculado, com paredes quase imperceptíveis e com aumento da ecogenicidade posteriormente. Na maioria dos casos, com uma ecografia bem realizada se faz o diagnóstico.

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Tomografia e ou Ressonância: são indicadas quando existe alguma dúvida diagnóstica. Pode mostrar lesões maiores do que 0,5 cm. A tomografia ou a ressonância do abdômen auxiliam a determinar o tamanho e a localização do cisto e permite avaliar a saúde do restante do fígado. O cisto simples aparece como uma lesão bem delimitada, com líquido com densidade de água no seu interior. O interior do cisto não capta contraste-Raramente o cisto simples possui septações no seu interior, a não ser que tenha havido algum sangramento no seu interior.

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Biópsia do cisto hepático: Raramente é necessária. Mesmo quando há duvida diagnóstica, raramente é indicada. Quando realizado aspiração, a dosagem de antígeno carcinoembrionário (CEA) é normal, e a avaliação das células (citologia) é negativa. A cor do líquido pode varia de claro a marrom. Um nível elevado de CEA pode indicar uma neoplasia cística mucinosa.

Complicações

Extremamente infrequentes. Cistos de grande tamanho podem apresentar sangramento para o seu interior ou torção, causando dor intensa. Uma vez confirmado ser um cisto simples, não há risco de malignização.

Tratamento

O mais importante é estar o mais correto possível no diagnóstico. A imensa maioria não requer tratamento. Para cistos > 4,0 cm, é prudente monitorar com ecografia para avaliar se há modificações. É prudente fazer novo exame em 4-6 meses, e depois 6-12 meses depois. Caso não haja modificação em 2 a 3 anos, geralmente não há necessidade de mais seguimento. O aumento de tamanho ou a presença de sintomas pode estar relacionado à neoplasia cística mucinosa (cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma), ou outras neoplasias císticas.

A punção do cisto pode ser indicada (pouco frequente) como teste diagnóstico para avaliar se há melhora dos sintomas. A recorrência é frequente. Outras formas de tratamento incluem a aspiração seguida de injeção de substância esclerosante (ex. álcool), cistojejunostomia (conexão entre o cisto e uma alça intestinal), destelhamento (tirar uma parte do cisto e deixar aberto para o peritônio), e ressecção do cisto, com ou sem hepatectomia. Quando indicado tratamento, o mais comum é realizar o destelhamento por videolaparoscopia. Pode ter recorrência de 0 a 15%.

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Prognóstico

Por ser uma lesão benigna, com raras complicações, o prognóstico é excelente. O importante é tentar estar o mais certo possível do diagnóstico.

Como evitar

Não existem recomendações para evitar o aparecimento de cistos hepáticos.

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