É caraterizada por dor tipo cólica biliar devido ao mau funcionamento da vesícula, excluindo a presença de cálculos, microlitíases, lama biliar e outras doenças do aparelho digestivo.
Desconhecida. A vesícula biliar apresenta um distúrbio de motilidade, em que o esvaziamento é incompleto após a sua contração. Tem sido frequentemente associada a distúrbio de motilidade (esvaziamento) de outros locais do trato gastrointestinal, como estômago (gastroparesia) e cólons (constipação).
Desconhecidos.
Estima-se que 8 a 20% dos pacientes com dor biliar e ecografia normal possuem dismotilidade da vesícula.
Dor abdominal, com exame físico normal. Não apresentam febre, fezes de cor clara (acolia) e urina de cor escura (colúria). A dor biliar apresenta as seguintes características: em cólica ou contínua, forte intensidade, comumente na região do estômago, lado superior direito do abdômen, podendo ser irradiada para as costas; aumenta gradativamente até um determinado nível; duração de no mínimo 30 minutos; é recorrente, mas não diária; leva a interromper o sono ou trabalho, podendo o paciente ir a um serviço de emergência; não melhora como evacuação, antiácidos ou com movimentação. Podem apresentar náuseas e vômitos.
O diagnóstico é difícil e de exclusão, ou seja, todos os exames realizados, de sangue ou de imagem (ecografia, ressonância,…), endoscopia, são normais. O mais comum, em caso de uma ecografia normal, repetir uma nova ecografia em serviço experiente algumas semanas depois. Caso continue sendo normal, pode ser solicitado uma ultrassonografia endoscópica (permite visualizar cálculos < 3 mm), e, se normal, pode ser seguido da realização de uma cintilografia para tentar fazer o diagnóstico de vesícula disfuncional.
Cintilografia com estimulação da vesícula biliar: Exame não conclusivo, por isso pouco utilizado. Consiste em administrar via endovenosa um marcador que é excretado pelo pela bile (DISIDA ou HIDA). Após 45 a 90 minutos, uma substância chamada colecistoquinina, que estimula a contração da vesícula biliar, é administrada de forma endovenosa. A contração da vesícula fica abaixo de 40%, mesmo com o estímulo, confirmando que a vesícula biliar não se contrai de forma eficiente. Indicado somente se o paciente possui dor biliar, e em serviços de referência em cintilografia. Resultados falso positivos podem ser encontrados em diabéticos, obesos, cirróticos, em uso de medicações (opióides, bloqueado do canal de cálcio, anticoncepcionais, progesterona, benzodiazepínicos).
Não existem.
O tratamento cirúrgico é controverso. Consiste na retirada da vesícula biliar (colecistectomia), quando o teste com cintilografia demonstra alterações da motilidade (<40%), e o paciente possui sintomas de dor biliar, e não somente dispepsia. Dor biliar durante o exame de cintilografia, com infusão lenta da colecistoquinina, é um fator que pode ser considerado na melhora dos sintomas após a colecistectomia. Pacientes com exame cintilográfico normal, sem dor biliar, com sintomas atípicos (dispepsia), raramente se beneficiaram de tratamento cirúrgico.
Colelitíase, doença do refluxo, espasmo de esôfago, dispepsia, gastrite, úlceras, síndrome do intestino irritável, cálculos renais, infarto agudo do miocárdio, disfunção do esfíncter de Oddi, pancreatite aguda ou crônica, hepatite.
Não existem recomendações para evitar o aparecimento de pedras. Pacientes com colelitíase podem apresentar sintomas ao ingerir comida gordurosa. Pacientes com colelitíase devem ser submetidos à retirada da vesícula biliar para evitar complicações, desde que haja condições clínicas do paciente para cirurgia.