Fígado

Encefalopatia Hepática

O que é

É uma alteração do nível de consciência que pode ser vista em pacientes com cirrose ou insuficiência hepática aguda. É uma alteração da função cerebral devido ao aumento no sangue de substâncias tóxicas que o fígado devia ter eliminado em situação normal.

Causa

O mecanismo do por que surge a encefalopatia não está totalmente esclarecido. A teoria mais aceita é de que em pacientes com cirrose, várias substâncias que são metabolizadas no fígado, não passarem mais pelo mesmo ou são pouco metabolizadas, indo diretamente para a circulação sistêmica, se acumulando no corpo, causando alterações mentais, como confusão, sonolência e agitação.

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Fatores de Risco

Dentre os fatores de risco, destacam-se a presença de cirrose avançada, trombose de veia porta, infecções, hepatocarcinoma, alteração de função renal, hemorragia digestiva alta, uso de bebida alcoólica, dieta hiperproteica, constipação, uso de sedativos, anti-inflamatórios, entre outros.

Incidência

A encefalopatia tende a aparecer, quanto mais está comprometido o fígado, ou seja, com a piora da função hepática. Estima-se que aproximadamente 50% dos pacientes com cirrose possuem um grau de encefalopatia.

Sintomas

Alteração do nível de consciência, podendo se manifestar com sonolência, agitação, alteração de personalidade, desorientação no tempo e no espaço, podendo evoluir até para coma. Pode se manifestar de forma aguda ou de forma insidiosa. Outros sinais de cirrose podem ser evidenciados, como água na barriga (ascite), sangramento digestivo alta (varizes de esôfago e estômago), alterações renais (Síndrome Hepatorrenal), perda de massa muscular, aranhas vasculares, eritema palmar, esplenomegalia e icterícia, entre outros.

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Diagnóstico

O diagnóstico é realizado através da história clínica e do exame físico do paciente. Não existe um exame de laboratório específico para o diagnóstico. Alteração de exames da função do fígado como o TGO, TGP, bilirrubina, albumina, fosfatase alcalina e GGT, assim como a contagem de plaquetas, RNI, creatinina, podem ser encontrados em graus variados. Frequentemente o nível de amônia está elevado. Exames de imagem demonstram sinais de cirrose. Um eletroencefalograma pode demonstrar alterações. Uma tomografia de crânio pode ser solicitada para excluir outras causas de encefalopatia.

Complicações

A encefalopatia hepática pode levar a edema do cérebro, coma, e até mesmo à morte.

Tratamento

O tratamento depende do grau de encefalopatia, ou seja, do nível de consciência do paciente. Deve-se tentar identificar um fator que pode ter precipitado a encefalopatia. Assim, em um paciente com encefalopatia deve-se interrogar o uso de medicações (como sedativos e anti-inflamatórios), sintomas de infecção (pneumonia, urinária, peritonite espontânea), hemorragia digestiva, constipação.

Exames de sangue são solicitados, como hemograma, creatinina, ureia, exames de função hepática, sódio, potássio, cultura de urina e do sangue, cultura de liquido ascítico e endoscopia digestiva alta quando hemorragia digestiva alta presente. A lactulona é a principal medicação utilizada no tratamento. Esta medicação faz com que haja uma menor absorção de amônia, provocando várias evacuações ao dia. Podem ser associados antibióticos no tratamento, como o metronidazol ou a neomicina, dentre outros tratamentos. O seu médico determinará o melhor tratamento.

Prognóstico

Em pacientes com insuficiência hepática aguda, indica a presença de edema cerebral, o que pode levar a um aumento da pressão intracraniana e óbito. A mortalidade do paciente que apresenta ou apresentou encefalopatia é elevada, pois índica uma fase avançada da cirrose, e estes pacientes devem ser encaminhados para avaliação de possível transplante de fígado.

Como evitar

Pacientes com cirrose e história de encefalopatia devem evitar a ingestão de alimentos hiperproteicos. Dieta rica em fibras, com vegetais, é indicado. O consumo de bebida alcoólica e drogas é proibido.

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