É uma zoonose, ou seja, uma doença que é transmitida dos animais para os humanos. Surgem cistos no fígado proveniente de uma infecção por um verme, chamado Echinococcus granulosus
A hidatidose é causada pela larva do Echinococcus granulosus. São cistos que representam uma membrana derivada do parasita, que possui líquido no seu interior. A transmissão é mão-boca. A doença espalha-se quando são ingeridos alimentos ou líquidos que contenham os ovos do parasita proveniente de um animal infetado, como cães, raposas, lobos e carneiros. Estes animais se infectam ao comer os órgãos de um animal que contenham os cistos, como uma ovelha ou roedores. Pode afetar vacas, cavalos e porcos.
Morar em área rural ou regiões com epidemia de equinococose. Não é transmitida de pessoa para pessoa.
Mais comum na Austrália, Nova Zelândia, Norte da África, América do Sul e Oriente Médio. A doença ocorre em quase todas as partes do mundo e afeta atualmente aproximadamente um milhão de pessoas. No Brasil, é mais comum no Rio Grande do Sul.
A grande maioria dos pacientes é assintomática por muitos anos, e o diagnóstico é realizado de forma incidental. Os sintomas e sinais dependem da localização e dimensão dos cistos. Se continuarem a crescer, depois de alguns anos (até quinze) podem causar dor abdominal, desconforto, perda de peso, náusea, fraqueza e complicações como ruptura, infecção e compressão de estruturas adjacentes ou das vias biliares. Os cistos podem romper para o interior da cavidade abdominal ou torácica, espalhando a doença, ou podem romper para o interior das vias biliares, causando obstrução biliar, icterícia e colangite. Afeta principalmente o fígado e os pulmões (25% dos casos). Raramente podem ser encontrados no baço, rins, coração, ossos e no sistema nervoso central.
O diagnóstico na maioria das vezes é feito através de exames de rotina, como uma ecografia. Frequentemente são múltiplos. Importante diferenciar de cistoadenoma, cistoadenocarcinoma e de metástases cística. As duas formas mais importantes é a equinococose cística (hidatidose) e a alveolar.
Exames de Sangue: Alterações de exames da função do fígado raramente são encontradas. Caso haja alguma alteração, é necessário verificar outras causas para as alterações laboratoriais. A sorologia para equinococcus geralmente é positiva em 80% dos casos. O hemograma pode demonstrar eosinofilia em 50% dos casos.
Ecografia, Tomografia e ou Ressonância: Geralmente visualizam lesões císticas e é possível visualizar as vesículas dos parasitas. Possuem septações grosseria e podem apresentar calcificações em sua parede. O seu médico irá determinar se há necessidade de solicitar um destes exames.
Biópsia dos cistos: Raramente é indicada pela possibilidade de sangramento e de disseminação da doença.
As larvas do Echinococcus podem se espalhar do local primário e novos cistos se desenvolverem, principalmente após ruptura do cisto, seja espontâneo, por trauma ou punções. A ruptura de um cisto de grande tamanho pode resultar em reações alérgicas agudas (anafilaxia) ou intermitentes.
O mais importante é estar o mais correto possível no diagnóstico. O tratamento depende das características do cisto, como a localização, tamanho, presença de complicações. O tratamento cirúrgico talvez seja a melhor opção para cistos localizados no fígado, cérebro, pulmão e rins. Cistos maiores que 7,5 cm comumente possuem comunicação com o sistema biliar, necessitando de ressecção.
Alguns cistos abdominais podem ser tratados com a injeção de substâncias que matam o verme, seguido de retirada do líquido. Em alguns casos a melhor conduta é não operar. A administração de antiparasitas como albendazol (10 a 15 mg/kg ao dia, máximo de 800 mg) , o mebendazol (40 a 50 mg/kg ao dia) e o benzimidazol podem não curar, mas melhorar o prognóstico.
O tempo de tratamento é controverso, mas sugere-se pelo menos de três meses a até dois anos, de forma intermitente. Alguns serviços tratam por um tempo de 1 a 3 meses antes de operar.
Por ser uma lesão benigna, com raras complicações, o prognóstico é bom. O importante é tentar estar o mais certo possível do diagnóstico.
A prevenção da doença cística é feita tratando os cães contra parasitose, e impedi-los de consumir carne crua ou mal cozinhada, e não os alimentar de nenhum modo com vísceras como fígado ou pulmões. Tomar medidas higiénicas sempre que em contato com os cães, como lavar sempre as mãos antes de comer.