São tumores císticos raros que se formam dentro do pâncreas, e que não possuem comunicação com os ductos do pâncreas. Ou seja, se formam dentro do pâncreas, mas não tem relação com os canais por onde circula o suco pancreático, rico em enzimas que fazer a digestão. Existem dois subtipos, o seroso e o mucinoso.
O porquê da formação de um cistoadenoma não está determinado.
O tumor cístico seroso é mais comum em pacientes com mais de 60 anos e um pouco mais comum em mulheres. O tumor cístico mucinoso, chamado de neoplasia cística mucinosa, acontece na grande maioria dos casos em mulher, e sendo diagnosticado acima de 40 anos.
Muito raro. De todas as lesões císticas pancreáticas que são operadas, a neoplasia intraductal mucinosa pancreática corresponde a 38%, neoplasia cística mucinosa 23%, tumores císticos serosos 16% e tumor pseudopapilar em 3%.
Estas lesões podem atingir grande tamanho. Os sintomas mais comuns são massa abdominal, desconforto ou dor, por muitos anos antes do diagnóstico. Muitos pacientes não possuem sintomas, e o diagnóstico é realizado de forma incidental.
Importante diferenciar entre o cistoadenoma seroso e o mucinoso. Ambos não possuem comunicação com o sistema de ductos do pâncreas, por onde passa o suco pancreático. O cistoadenoma seroso se apresenta como múltiplos pequenos cistos aglomerados, ou como um aglomerado de poucos cistos maiores, este mais difícil de diferenciar do cistoadenoma mucinoso. Pode ser encontrado em qualquer local do pâncreas. O cistoadenoma mucinoso localiza-se mais frequentemente (90%) no corpo e na cauda, e se apresentam como um aglomerado de cistos maiores. Importante diferenciar entre o seroso e o mucinoso, pois o mucinoso possui risco de virar um câncer, e por isso é indicado cirurgia para ressecção.
Exames de Sangue: Alterações de exames da função do pâncreas raramente são encontradas. Caso haja alguma alteração, é necessário verificar outras causas para as alterações laboratoriais. Os marcadores tumorais como o CEA ou CA19-9 estão na maioria das vezes inalterados.
Ecografia: Ao ultrassom aparece como um aglomerado de cistos pancreáticos. Necessita de mais exames para confirmar o diagnóstico. O cisto simples, geralmente aparece como único, sem septações em seu interior.
Tomografia e/ou ressonância: Demonstram lesões císticas, multiloculares. O cistoadenoma seroso tem a aparência de uma colmeia, sendo um aglomerado de vários cistos pequenos, ou microcistos. Podem apresentar uma cicatriz central e calcificações em formato de raio de sol. O cistoadenoma seroso também pode se apresentar com cistos maiores, em menor número, o que dificulta a diferenciação com o cistoadenoma mucinoso. O cistoadenoma mucinoso é formado por cistos de tamanho maior, geralmente maiores do que 2 cm, que podem estar septados, podendo apresentar na parede calcificações ou não. No cisto simples, os cistos geralmente se aparecem únicos, com parede fina, regular, sem septações, podendo apresentar mais de um cisto no pâncreas. O seu médico irá determinar se há necessidade de solicitar um destes exames. A ressonância, de modo geral, fornece mais informações.
Ultrassonografia Endoscópica: Consiste em uma endoscopia associada a uma ecografia que é feita por dentro do seu estômago. Através deste exame, é possível fazer uma ecografia do pâncreas, por dentro do estômago. Pode auxiliar a determinar se há lesões no interior do pâncreas, se há dilatação ou irregularidades dos ductos pancreáticos. Permite uma excelente visualização do pâncreas, diferenciando o aspecto dos cistos, e permite a biópsia de lesões e punção de cistos. Quando a lesão é serosa, o aspecto do líquido puncionado é aquoso, podendo ser sanguinolento, apresentando CEA e amilase baixos, e sem mucina. Nas lesões mucinosas, o aspecto é viscoso, apresentando CEA mais elevado, e a presença de mucina é identificada em até 50% dos casos. Nos tumores de Frantz, o aspecto frequentemente é sanguinolento.
O cistoadenoma seroso não possui risco de malignização, porém podem aumentar de tamanho. O cistoadenoma mucinoso possui risco de malignização de aproximadamente 15%, porém isso é variável.
O mais importante é estar o mais correto possível no diagnóstico. O cistoadenoma seroso não requer tratamento em quase a sua totalidade, a não ser que o paciente tem sintomas importantes. Já o mucinoso tem indicação de ressecção, devido ao risco de malignização.
O cistoadenoma seroso não possui risco de malignização. Nos mucinosos, o prognóstico após a ressecção adequada é excelente, atingindo a cura, desde que não haja sinais de cistoadenocarcinoma.
Não existem recomendações para evitar o aparecimento de cistoadenomas no pâncreas.