Fístula Colecistoentérica: Um cálculo perfura a vesícula biliar e entra no interior do duodeno (60%), estômago ou jejuno, criando uma comunicação anômala.
Íleo Biliar: Em uma fístula colecistoentérica, o cálculo pode migrar da vesícula para o interino do intestino delgado e causar obstrução intestinal, geralmente ao nível do íleo terminal.
A causa mais comum é devido à colecistite aguda de repetição, em que um cálculo perfura a vesícula biliar e entra no interior do duodeno ou jejuno. Para causar o íleo biliar, ou seja, obstrução intestinal, o cálculo e grande, frequentemente maior do que 2,0 cm.
Presença de cálculos na vesícula biliar e episódios de Colecistite aguda recorrentes. A Síndrome de Mirizzi aumenta a incidência de fístula colecistoentérica.
Extremamente raro. Visto em menos de 0,5% dos pacientes com cálculo de vesícula biliar. Mais comum em pacientes acima de 70 anos, e do sexo feminino, com várias outras doenças associadas, incluindo doença pulmonar, cardíaca, diabetes, entre outras.
Sinais de oclusão intestinal. Dor abdominal, náuseas, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes, distensão abdominal. Aproximadamente metade dos pacientes não tem história conhecida de problemas de vesícula. É comum o paciente apresentar história recorrente de suboclusão. Icterícia é incomum (menos de 15%).
A oclusão intestinal pode acontecer no íleo terminal (70%), no jejuno ou no estômago. Raramente é vista oclusão ao nível do cólon. O diagnóstico de oclusão é realizado pela história clínica, exame físico e exames de imagem. O diagnóstico de íleo biliar antes da cirurgia é realizado somente em aproximadamente 50% dos casos.
Exames de Sangue: Alteração do hemograma pode evidenciar sinais de infecção, como a leucocitose e a bastonetose. Alterações de exame de função hepática, como TGO, TGO, GGT, bilirrubina são infrequentes. Há sinais de desidratação presentes.
Raio X: Pode evidenciar sinais de oclusão intestinal, mas o cálculo causando a obstrução é infrequentemente visto (menos de 15%). Pode demonstrar a presença de pedras na vesícula e ar no interior das vias biliares (aerobilia).
Ecografia: Pode sugerir sinais de oclusão intestinal, mas não determina a causa. Pode demonstrar a presença de pedras na vesícula e ar no interior das vias biliares (aerobilia).
Tomografia e ou Ressonância: A tomografia é o método diagnóstico mais utilizado. Demonstra os sinais de oclusão do intestino e pode demonstrar a presença de pedras na vesícula e ar no interior das vias biliares (aerobilia). Pode demonstrar o cálculo e determinar o nível da oclusão.
O tratamento é cirúrgico. Consiste desobstruir o intestino através da retirada do cálculo, com ou sem ressecção do intestino concomitante, dependendo se o intestino se encontra saudável ou não. A realização da colecistectomia com reparo da fístula colecistoentérica ao mesmo tempo é controversa. Pacientes tratados somente com a retirada do cálculo que causa a oclusão intestinal, tem uma reincidência de 5 a 20%. O tratamento da via biliar concomitante é realizado em pacientes com baixos riscos cirúrgicos, ou seja, que não estejam graves.
Cirurgia: Após a abertura do abdômen, realiza-se abertura longitudinal do intestino, na borda antimesentérica, proximal a causa de obstrução. O cálculo é retirado e o intestino é fechado no sentido transversal. Tentativa de empurrar o cálculo para o ceco geralmente é frustrante. Pode ser necessário remover segmento intestinal devido à necrose, perfuração e isquemia. O restante do intestino delgado deve ser avaliado se não há outros cálculos, o que acontece em 3 a 16% dos casos.
É associada a índices mais altos de morbidade e mortalidade. A mortalidade é de 4,5 a 25%, dez vezes mais do que outras cirurgias por oclusão intestinal.
Colelitíase, pancreatite aguda, apendicite, úlcera péptica, pneumonia, perfuração de vísceras, infarto do miocárdio, hepatite aguda, síndrome do intestino irritável e doenças renais.
Pacientes com colelitíase sintomáticos ou com história de colecistite aguda devem ser submetidos à colecistectomia.