É o crescimento de parte do revestimento interno (mucosa) da vesícula biliar. A grande maioria são benignos.
A causa não está determinada.
Não existe diferença em relação a sexo, idade, peso, número de gestações e uso de anticoncepcionais hormonais. Doenças como síndrome de Peutz Jeghers, mal união dos ductos pancreático e biliar e leucodistrofia metacromática são fatores de risco para desenvolver pólipos. Pólipos de colesterol podem possuir como fatores de risco os mesmos de desenvolver pedra na vesícula (colelitíase), mas mais estudos são necessários para confirmar esta relação. Não tem relação com níveis de colesterol sanguíneos.
De 1,5 a 4,5% dos pacientes submetidos a ecografia apresentam pólipos na vesícula biliar. Do total de pessoas que realizam a cirurgia de vesícula seja qual for o motivo, 0,004 a 13,8% dos possuem pólipos. Raramente são vistos em crianças.
A grande maioria dos pacientes não possui sintomas, e o diagnóstico é realizado de forma incidental. Pode apresentar sintomas semelhantes aos causados por pedra na vesícula (colelitíase), dependendo da localização do mesmo.
Os pólipos podem ser classificados em benignos e malignos. Os benignos podem ser divididos em com e sem potencial maligno. O pólipo com potencial maligno é o adenoma. Leiomioma e lipomas são raros. Dos pólipos sem potencial de malignidade, destaca-se o pólipo de colesterol, seguido dos adenomiomas e de pólios inflamatórios.
O diagnóstico na maioria das vezes é feito através de exames de rotina, como uma ecografia, ou no exame da vesícula de pacientes submetidos à cirurgia.
Exames de Sangue: Alteração de exames da função do fígado raramente são encontrados. Caso haja alguma alteração, é necessário verificar outras causas para as alterações laboratoriais.
Ecografia: Pode diagnosticar pólipos acima de 3 mm. Ao ultrassom aparece como um nódulo ecogênico (mais branco que o restante do fígado), bem delimitado, arredondado, fixo, sem sombra acústica. Pedras na vesícula são ecogênicos, mas geralmente não são fixos e apresentam sombra acústica posterior.
Ultrassonografia Endoscópica: Raramente indicada. Consiste em uma endoscopia associada a uma ecografia que é feita por dentro do seu estômago. Pode auxiliar a determinar se uma lesão suspeita é um pólipo ou um tumor, e avaliar a extensão do tumor na parede da vesícula e presença de linfonodos comprometidos. A sua utilização ainda é muito restrita.
Tomografia e ou Ressonância: Geralmente não são necessários. São indicadas quando existe alguma dúvida diagnóstica. Pode mostrar lesões maiores do que 0,5 cm. A tomografia ou a ressonância do abdômen podem determinar o tamanho e a localização do pólipo e permite avaliar a saúde do restante do fígado.
PET Scan: Raramente é realizado.
Biópsia do pólipo: É contraindicada. Quando há dúvida diagnóstica, indica-se a retirada da vesícula.
É o tipo de pólipo mais comum. Surgem devido ao acúmulo de lipídios (colesterol, triglicerídeo) no revestimento interno da vesícula (mucosa), o que é comumente descrito pelo termo coleterolose. Quando possuem a forma de um nódulo, são chamados de pólipos de colesterol.
O adenoma de vesícula é raro, diferente dos adenomas que são encontrados no interior do intestino grosso (cólons). Possui uma incidência menor que 0,5% das vesículas examinadas após colecistectomias. O risco de malignidade de um adenoma depende do seu tamanho. Raramente é encontrado em adenomas menores do que 1,0 cm (menos de 5%). Em adenomas entre 1,0 e 2,0 a incidência de câncer pode chegar 37,5%.
Pólipos maiores do que 2,0 cm são frequentemente malignos. Pólipos entre 1,0 e 2,0 cm podem apresentar malignidade em 33 a 77% dos pacientes. Em pacientes com idade maior que 50-60 anos, existe um risco maior de malignidade. Pólipos menores que 1,0 cm, raramente são malignos.
O mais importante é estar o mais correto possível no diagnóstico. A única forma de tratamento, quando necessário, é a ressecção da vesícula. Em pacientes com pedra na vesícula associada ou com diagnóstico de colangite esclerosante, a colecistectomia é indicada, independente do tamanho do pólipo ou da presença de sintomas. Pacientes que apresentam aumento do tamanho do pólipo devem ser submetidos a colecistectomia. Alguns especialistas indicam cirurgia em pacientes com história de pancreatite aguda de causa indeterminada.
Por ser uma lesão benigna, com raras complicações, o prognóstico é excelente. O importante é tentar estar o mais certo possível do diagnóstico.
Não existem recomendações para evitar o aparecimento de pólipos de vesícula biliar.