Procedimento em que uma agulha é introduzida pela pele até o interior da cavidade abdominal, colocando um cateter para realizar drenagem e análise do líquido. Pode ser indicado em pacientes com ascite (líquido livre dentro do abdômen). Pode ajudar a determinar a causa da ascite e também permite coletar material para cultura, ou seja, avaliar se há infecções associadas. Por seu caráter invasivo, a paracentese não poupa o paciente do risco de sofrer sangramento ou de perfurações de outras vísceras abdominais, o que é muito raro. Dependendo do volume de líquido drenado, pode desencadear hipotensão (pressão baixa), alteração da função renal e descompensação hepática. O líquido ascítico tem coloração amarelada, transparente, e quando puncionado, deve ser enviado para análise de contagem de células, cultura, dosagem de albumina, proteína total, glicose e LDH, entre outros. A contagem das células pode determinar se há peritonite por bactérias. Contagem de leucócitos < 500 com predominância de monomorfonuclear (>75%) geralmente não indica infecção. Um número elevado e com predominância de polimorfonuclear, pode indicar infecção. Em pacientes com ascite por cirrose, a diferença entre os valores de albumina no sangue em relação à do líquido ascítico é geralmente maior do que 1,1 g/dL. Valores menores do que este podem sugerir outra causa para ascite. A maioria dos pacientes cirróticos possuem concentração de proteína menor do que 1,0 mg/dL.